sábado, fevereiro 20

Sentidos sem sentido

Pus-me a pensar, numa dessas tardes banais de Inverno, nos significados e sentidos das coisas. Vivemos num espaço de significados, muitas vezes, inconstantes, aos quais procuramos fervorosamente atribuir um sentido.
Somos um sentido, ou melhor, possuímos cinco que nos fazem fazer sentido num mundo que uma vez por outra o perde. A verdade, é que nos preocupamos com aquilo que faz sentido na nossa limitada concepção do universo, demoramos-nos a tentar perceber em que ponto as coisas se tornam incoerentes e num rodopio de procuras surgimos contraditorios.
Faremos sentido em determinados pontos ou somos um sentido em dimensão alargada? Eu não sei fazer sentido, não quero. Determinarmos lógicas faz de nós máquinas. Metódicas, repetitivas, constantes. Não quero sentidos mas vivências. Não procuro acolher coerências, dêem-me disparates, deixem-me olhar para o que não compreendo e procurar aprender.
Não faz sentido escrever aqui. Não faz sentido escrever este texto.
Mas se nada disto faz sentido então nada mais sou que cinco sentidos, não o diria se não fosse esta urgência sentida de escrever antes do sentido engolir esta premência e lhe retirar a sua caracteristica: a necessidade.

Um comentário:

Diogo Garcia disse...

Genuíno. Adorei a simplicidade da manifestação.

Adorei,
Continua a engolir para fora.