quinta-feira, outubro 11

Presos


- Está frio.- disse Clara, determinada a quebrar o silêncio que se instalara.

- Pois está.- respondeu-lhe a figura amarga ao lado dela, que lhe retribuia a visita apenas com um mexer de lábios.

Sem saber como esmagar a distância que os separava decidiu apenas observá-lo de sosleio. Ela sabia que se ele desconfiasse que ela o admirava, de certo acabariam por discutir. Clara nunca soube muito bem como lidar com ele, como falar sem tocar na ferida ainda fresca, como tocar-lhe sem que ele sentisse nojo de si mesmo e do toque dela.

Quantos meses teriam passado? Seis, sete, oito... que importava agora isso, ela só queria poder conservar com ele, mas até ás palavras ele recusava. Sempre que queria alguma coisa nunca pedia, tinha de ser Clara a perguntar, a ser mãe e pai esquecendo realmente a relação que ambos mantinham.

Ás vezes ela fazia-lhe surpresas, mas ele nem se apercebia e assim continuava focado no lado de fora da janela, vendo as estações passarem pela casa-árvore em que muitas vezes ambos se tinham refugiado, e deste modo conseguia ter a percepção do tempo. Mas para quê? Tinha decidido muito antes de regressar a casa que nunca mais sairia daquela cadeira ao lado da janela grande, bem defronte para o seu refúgio. Não adiantavam os conselhos, a teimosia estava-lhe no sangue, como ela lhe dizia vezes sem conta.

No fundo Clara não o podia culpar, nunca se sentiu preparada para o confrontar e dizer-lhe que o mundo o espreitava mais do que ele espreitava o jardim. Nunca se dedicou tempo para poder pensar a forma como lhe pediria para reagir pois estava convicta de que nada adiantaria. Quando eram pequenos ele dizia-lhe vezes sem conta que queria ser construtor ,para poder construir muitos refgios como o dele para outras crinças. Ela ria-se deliciada por saber que tal profissão não existia, no entando perguntava-lhe se podia ser sua assistente. Ele contente começava logo a fazer planos, a enumerar os materiais que seriam necessários e a estudar as árvores possíveis de construção.

Hoje era ela que lhe queria constriur uma casa, uma nova casa para ambos, uma casa em que vivessem normalmente talvez até com um novo refúgio. Mas ele não queria coloborar, ele não podia ou não se sentia preparado, e Clara respeitava-o por isso. Prometeu assim que soube do acidente nunca o abandonar, e iria cumprir. Não importava que agora ele fosse também parte de uma cadeira estufada com rodas grandes e telecomando, ela também se prendeu a ele através do seu amor. Talvez ele também fingisse que já não se importava com ela e com o mundo, porém Clara não tinha pressa sabia desde o inicio que tudo seria longo, tal como foi o juramento que ambos fizeram no refúgio ao prometerem solenemente que nunca se separariam, que não bastam os laços de sangue mas também os de cumplicidade.

Com a certeza de que não arrancaria uma única palavra dele, disse-lhe: Vou lá fora buscar o nosso caderno de recordações e recordar as nossas brincadeiras. Já ao pé da porta e para sua surpresa ele respondeu-lhe em tom de brincadeira: Podes ir, mas não penses que é como se diz por aí! O irmão mais velho é que é o chefe!...

terça-feira, outubro 2

Pop Art













A pop art surgiu na Inglaterra de meados dos anos 50, mas realizou todo o seu potencial na Nova York dos anos 60, quando dividiu com o minimalismo as atenções do mundo artístico. Nela, o épico foi substituído pelo quatidiano, e o que se produzia em massa recebeu a mesma importância do que era único e irreproduzível; a distinção entre “arte elevada” e “arte vulgar” foi assim desaparecendo.



Muitas definições mas um só sentimento: PRAZER! simplemente a pop art pode ser tudo o quisermos. Eu vejo-a como aventura e crítica. Adoro-a pela simplicidade, e divirto-me com a originalidade. Porque pode ir da coca-cola á Marilyn Monroe ou das mil cores ao objecto. Multifacetada e completa. Sem dúvida ARTE!