O festival de cinema independente já chegou a Lisboa. Há imensas coisas para ver e ouvir. A competição nacional e internacional de longas e curtas-metragens oferece muitas opções e uma oportunidade para conhecer as produções cinematográficas independentes.
domingo, abril 26
Já chegou o ...
quarta-feira, abril 22
sem título
A espera ainda continua. A espera corresponde ao modo natural do rumo das coisas. Todos os dias esperamos dos outros e em retribuição eles esperam de nós. A espera é algo terrível... verdadeiramente doente. Permaneço numa contínua espera que quando é alcançada não se concluí em todas as expectativas nela depositadas. Talvez seja uma mera desculpa para não reconhecer que sou eu, individualmente, que espero de mais ou outros que não esperam tanta espera.
Frases obsessivas e febris que não conduzem a um outro lugar que não à desordem mental. Provavelmente deveria puxar os freios à corrida do tempo e deixar de esperar na pressa do quotidiano. Mas é tudo tão veloz e instantâneo que não me consciencializo de que as esperas são demasiadas. De que o problema reside na minha atitude perante os outros, que não são eles que não me satisfazem as expectativas e os desejos mas sou eu que os fantasio. É como esperar o que não existe, algo que é ficcional e sobre o qual me deleito. E adormeço sobre pessoas que não existem e que vagueiam na minha realidade, a qual diverge do mundo físico. E na manhã seguinte elas dissipam-se por que não se confirmam no mundo físico, o espaço onde me percepcionam e não me vêem. Criar espectros é puramente uma forma alienada de escapar à realidade, é a loucura do reconforto. Será errado? Não sei. Mas é doentio e destrutivo. Enquanto aspirar um mundo pelos meus sentidos intrincados entre os meus desejos, irei padecer desta espera eterna e verdadeiramente errónea.
Frases obsessivas e febris que não conduzem a um outro lugar que não à desordem mental. Provavelmente deveria puxar os freios à corrida do tempo e deixar de esperar na pressa do quotidiano. Mas é tudo tão veloz e instantâneo que não me consciencializo de que as esperas são demasiadas. De que o problema reside na minha atitude perante os outros, que não são eles que não me satisfazem as expectativas e os desejos mas sou eu que os fantasio. É como esperar o que não existe, algo que é ficcional e sobre o qual me deleito. E adormeço sobre pessoas que não existem e que vagueiam na minha realidade, a qual diverge do mundo físico. E na manhã seguinte elas dissipam-se por que não se confirmam no mundo físico, o espaço onde me percepcionam e não me vêem. Criar espectros é puramente uma forma alienada de escapar à realidade, é a loucura do reconforto. Será errado? Não sei. Mas é doentio e destrutivo. Enquanto aspirar um mundo pelos meus sentidos intrincados entre os meus desejos, irei padecer desta espera eterna e verdadeiramente errónea.
sábado, abril 18
Silêncio falado
Nunca mais estive silenciada. Há realmente muito tempo que as palavras não descansam sem a pressão do incómodo proporcionado pelos circunstâncias. Demasiado, na verdade.
Os dias morreram com as horas e a necessidade de ser por palavras atenuou-se pela convivência que se alterou vertiginosamente. Tudo mudou: as pessoas, as conversas, os gestos, a atitude. Talvez poucas pessoas percebam que somos verdadeiramente na sua presença e elas só são o que realmente são na nossa.
Descreve-la torna-se impossível porque a autenticidade é algo muito pouco definível. E quando nos apercebemos do autêntico guarda-mo-lo como um segredo só nosso. Explicar ao outro a essência do que descobrimos isoladamente e que só faz sentido para nós é absolutamente uma luta. Uma luta para nós que perdemos as palavras e uma luta para eles que não alcançam a beleza de tal revelação. Mas tudo o que é demais é aterrador. E fugimos do diferente pelo refúgio do banal. O desconhecido é muito inóspito mesmo sendo apetecível, a necessidade humana do controlo manifesta-se rapidamente. Adequamos-nos ao que conhecemos mas não nos preparamos para o que emerge. Somos obrigados a ceder à tentação de nos revelarmos e aparentemente isto parece absurdo. No entanto é a condição para a elevação do espírito. Não importam as consequências que possam advir, não há receio pela descoberta das nossas fraquezas, há puramente a fruição do outro pelo sabor da autenticidade. É tudo pleno, efémero. E as horas completam-se e quando num acto de coerência ilógico vislumbramos a dimensão tudo se desmancha. Voltamos a ser o que os outros supõe que sejamos. Somos o diário e o público, somos o social e o que pensamos ser. Porque tolos acreditamos que conhecerem-nos é algo terrível. Nem todos o podem fazer mas os que procuram passar as barreiras do que se conhece atingem o estado mais perfeito e inteiro do ser humano. é nestes momentos que o discurso não fluí pois não tenho a necessidade de dizer nada, pois acredito que o que passa este obstáculo é capaz de reter muita informação que as palavras não abarcam. São estes silêncios que por não serem incómodos tornam-se boas conversas.
(acredito que algumas perguntas foram desfeitas com este mini post)
Os dias morreram com as horas e a necessidade de ser por palavras atenuou-se pela convivência que se alterou vertiginosamente. Tudo mudou: as pessoas, as conversas, os gestos, a atitude. Talvez poucas pessoas percebam que somos verdadeiramente na sua presença e elas só são o que realmente são na nossa.
Descreve-la torna-se impossível porque a autenticidade é algo muito pouco definível. E quando nos apercebemos do autêntico guarda-mo-lo como um segredo só nosso. Explicar ao outro a essência do que descobrimos isoladamente e que só faz sentido para nós é absolutamente uma luta. Uma luta para nós que perdemos as palavras e uma luta para eles que não alcançam a beleza de tal revelação. Mas tudo o que é demais é aterrador. E fugimos do diferente pelo refúgio do banal. O desconhecido é muito inóspito mesmo sendo apetecível, a necessidade humana do controlo manifesta-se rapidamente. Adequamos-nos ao que conhecemos mas não nos preparamos para o que emerge. Somos obrigados a ceder à tentação de nos revelarmos e aparentemente isto parece absurdo. No entanto é a condição para a elevação do espírito. Não importam as consequências que possam advir, não há receio pela descoberta das nossas fraquezas, há puramente a fruição do outro pelo sabor da autenticidade. É tudo pleno, efémero. E as horas completam-se e quando num acto de coerência ilógico vislumbramos a dimensão tudo se desmancha. Voltamos a ser o que os outros supõe que sejamos. Somos o diário e o público, somos o social e o que pensamos ser. Porque tolos acreditamos que conhecerem-nos é algo terrível. Nem todos o podem fazer mas os que procuram passar as barreiras do que se conhece atingem o estado mais perfeito e inteiro do ser humano. é nestes momentos que o discurso não fluí pois não tenho a necessidade de dizer nada, pois acredito que o que passa este obstáculo é capaz de reter muita informação que as palavras não abarcam. São estes silêncios que por não serem incómodos tornam-se boas conversas.
(acredito que algumas perguntas foram desfeitas com este mini post)
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