domingo, dezembro 6

Há sempre uma questão

É tudo uma questão de esforço. A todo o instante. Um esforço para partir e um outro para ficar. Um esforço para acordar e contrariamente um para dormir; um para fazer e ainda um outro para se deixar fazer. A todo o instante. Se a natureza não colobora e facilita a ordem das coisas, se não faz por nós o que desejamos não saber fazer acabamos indeterminadamente por chegar ao ponto do esforço. E esforçamo-nos em demasia mesmo quando estamos imóveis, cansamo-nos por nos mantermos na insconsciência do esforço.
Talvez não tenha que ser assim, talvez não me esforçe para me esforçar e talvez seja esta a simples e crua razão. São 50, 30, 20 dias de contínuo esforço não recompensados; são dias, semanas, meses de esforços inactivos. Provavelmente tudo isto acerca de esforços feitos ou pensados não signifique mais que a apatia crónica, a desconsolação de olhar e não obter um produto, de desejar e não encontrar frutos, de querer fazer mas não encontrar modos fáceis, exigências pequenas para o realizar. Não é tudo tão dificil, na realidade a complicação parte do interlocutor. Provavelmente complico coisas facilitadas, teoriorizo práticas, invento factos. Tem de ser tudo uma questão de probabilidades que o esforço não deixa comprovar ou esforça-se por não o fazer. Talvez seja este o esforço para viver. E camuflar a realidade nem sempre é um simples empenho.